“Ela é dividida contra si mesma muito mais profundamente do que o homem.(...) a mulher se conhece e se escolhe, não tal como existe para si, mas tal qual o homem a define.(...) o que o homem ama e detesta antes de tudo na mulher, amante ou mãe, é a imagem remota de seu destino animal, é a vida necessária a sua existência, mas que a condena à finitude e à morte.(...) Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade: é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino.” Simone de Beauvoir, “O Segundo Sexo”
“A maior dificuldade de uma mulher é explicar-se, colocar em termos concretos o quê, afinal de contas, é ser mulher. Qual a especificidade? Seios e vagina? A especificidade na verdade, não passa de uma palavra mágica. De um símbolo que permite a cada mulher poder extravasar o seu sufoco.(...) Este signo permite a individualização de uma percepção abstrata: as mulheres sabem que têm muito em comum, que são “específicas” em relação aos homens. Mas têm dificuldade em nomear o que sentem.” Maria Quartim de Morais e Maria Mendes da Silva, “Vida de Mulher”
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